
O que deu gás à Bovespa foi o plano do governo norte-americano de criar um fundo para comprar dívidas podres dos bancos de investimentos e outras instituições financeiras; a decisão da SEC (a CVM norte-americana) de proibir temporariamente as vendas a descoberto de posições de 799 companhias financeiras por um período de 10 dias - o Reino Unido e Austrália também proibiram a venda de ações a descoberto; o plano do Fed para recomprar obrigações de dívida relacionadas às agências Fannie Mae e a Freddie Mac de certas instituições financeiras. Há ainda outras medidas adicionais com objetivo de estancar a crise; e o programa do Departamento do Tesouro dos EUA para garantir ativos dos fundos mútuos do mercado monetário.
Todas essas medidas criaram um novo animo aos investidores que impulsionaram as bolsas ao redor do mundo a registrarem altas significativas. O Ibovespa subiu 9,57% e fechou a 53.055. Em Wall Street, o Dow Jones terminou em +3,35%, aos 11.388,44 pontos, o S&P em +4,02%, aos 1.255,07 pontos, e o Nasdaq, em +3,40%, aos 2.273,90 pontos. Isso tudo sem contar a alta de 10% na China e de 20% na Rússia. O movimento foi mesmo irracional e a crise não pode ser dada como morta. O professor da PUC-RJ e economista da Opus Gestão de Recursos José Márcio Camargo, em entrevista para a agência AE, calculou que, se estiver mesmo disposto a eliminar boa parte dos "ativos tóxicos" vinculados a hipotecas que estão em poder de muitas instituições financeiras, o Tesouro norte-americano deverá gastar alguns trilhões de dólares, e não centenas de bilhões de dólares, como afirmou Henry Paulson. "O total de crédito imobiliário na economia norte-americana é de US$ 12 trilhões. Se 10% disso estiver inadimplente, isso significa US$ 1,2 trilhão. Além disso, devem ser levados em consideração (os prejuízos dos) derivativos que atuam neste segmento de mercado. Assim, é provável que uma solução importante para esta questão precisará de trilhões de dólares", comentou. Como podemos notar, todo cuidado ainda é pouco.
Acompanhe abaixo o comportamento de algumas ações na Bovespa:

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