quarta-feira, 22 de outubro de 2008

21/10 - SOJA: PREÇO EM CHICAGO SOBE 3,9% E VOLTA A FICAR ACIMA DE US$ 9,00/BU

Os preços da soja em Chicago fecharam em alta pelo segundo pregão consecutivo e voltaram a ficar acima dos US$ 9,00, fato que não ocorria desde o início da semana passada. Os contratos com vencimento em novembro encerraram os negócios de ontem a US$ 9,28 por bushel, com ganhos de 3,91%, depois de terem alcançado a máxima de US$ 9,38. Segundo alguns analistas de Chicago, o mercado de soja se recupera que fortes perdas registradas nas últimas semanas, durante o período de grande oscilação do mercado financeiro. O mercado ainda segue de perto dos movimentos da bolsa de Nova York, do petróleo e do dólar. O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York apresentava ganhos de 600 no momento de fechamento do mercado da soja, quanto o petróleo também subia e o dólar tinha perdas no mercado internacional. Segundo o broker da Advance Trading, Jay Fitzgerald, "o mercado estava sobre vendido, o que estimulou uma recuperação". Enquanto o mercado se recupera das recentes perdas, Fitzgerald disse que os recentes dados sobre produtividade do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estão super estimados, o que deve dar algum suporte no médio prazo. Além dos fatores ligados ao mercado financeiro, que ainda têm grande influência sobre os preços da soja, alguns corretores informaram que o governo chinês voltou às compras com objetivo de recompor estoques estratégicos e estimular o plantio de soja pagando preços 15% acima do mercado. Algumas estimativas mostram que foram adquiridas 1,5 milhão de toneladas no mercado doméstico chinês, fazendo a bolsa local atingir o limite de alta. No mercado futuro brasileiro, o dia foi de poucos negócios, mas os preços da soja voltaram a subir. Os contratos com vencimento em outubro fecharam o dia a US$ 22,20, valorização de 8,82% em comparação ao resultado da última sexta-feira. Alguns corretores atribuíram a forte alta a dois motivos. O primeiro deles é que os preços da BM&F acompanharam os resultados da soja em Chicago. Além disso, com o baixo volume de negócios, os poucos contratos comercializados foram suficientes para fazer os preços atingirem os picos do dia. No mercado doméstico, a safra da América do Sul, especialmente do Brasil, já começa a preocupar com a falta de crédito para o plantio, o que pode gerar redução na produtividade. Aliado a esse fator, a queda nos preços em Chicago também preocupa, visto que a rentabilidade em algumas regiões se aproxima do seu limite. Segundo levantamento da Célere, considerando um custo de R$ 30 por saca, o preço que o produtor conseguiria pela soja exportada a partir de Rio Verde seria de R$ 33,80. A situação mais crítica é em Rondonópolis, onde o valor recebido pelo produtor seria de R$ 31,70 com o atual preço de Chicago, para um estimado em R$ 30,00 por saca. "Tomando como referência as variáveis de formação de preço no porto de Paranaguá, os níveis atuais de preços negociados no mercado externo da soja retiram praticamente a margem do produtor, principalmente na região centro-oeste. Tal fato não é novidade devido aos gargalos que o mesmo enfrenta para levar sua produção ao mercado exportador", diz relatório da consultoria.
Fonte: Broadcast

Nenhum comentário: