quinta-feira, 9 de outubro de 2008

08/10: Ibovespa - A espera de um milagre

O corte conjunto de juros pelos BCs no mundo, a injeção pelo Reino Unido de até 50 bilhões de libras (US$ 87,69 bilhões) nos bancos britânicos e a decisão do Banco da Inglaterra de fornecer outros 200 bilhões de libras em liquidez para as instituições não foram suficientes para restaurar a confiança nos mercados. A percepção dos analistas é de que essas medidas não devem frear a pressão recessiva nos países desenvolvidos e que novos cortes de juros ainda podem ser necessários. Diante desse sentimento, as bolsas em Nova York não conseguiram sustentar os ganhos intraday registrados à tarde e voltaram a terminar em queda. A Bovespa acompanhou a tentativa de recuperação em Wall Street e subiu até 0,75% no melhor momento, porém, cedeu à pressão externa e recuou 3,85%, ainda um resultado bem melhor do que a queda de 6,33% apontada pela manhã. O dólar à vista chegou a disparar até R$ 2,450 no balcão, contudo zerou os ganhos e caiu após acumular alta de mais de 21% nas cinco sessões anteriores deste mês. Os juros futuros operaram colados à volatilidade do câmbio, sendo que as taxas de curto prazo tiveram alívio enquanto os vencimentos a partir de 2010 encerraram para cima na BM&F.
O Ibovespa fechou em queda de 3,85%, aos 38.593,54 pontos - na menor pontuação desde 11 de outubro de 2006 (38.322,21 pontos). Durante o dia, o índice oscilou da mínima de 37.597 pontos (-6,33%) à máxima de 40.439 pontos (+0,75%). O volume financeiro aumentou hoje e somou R$ 7,04 bilhões. O volume de negócios, com 409.788 registros, foi recorde histórico.
Nos EUA, apesar de ameaçar uma melhora na parte da tarde, os principais índices acionários encerraram no vermelho. O Dow Jones caiu 2%, o S&P-500 recuou 1,14% e o Nasdaq Composite perdeu 0,83%. Nas máximas, o Dow chegou a subir 1,92% e o S&P-500 +2,49%.
Após o fechamento dos mercados, o BC anunciou a flexibilização do recolhimento de depósitos compulsórios, o que deve promover uma injeção de liquidez total de R$ 23,2 bilhões. A primeira medida aumenta de R$ 300 milhões para R$ 700 milhões a dedução prevista para o recolhimento compulsório de depósitos à prazo feito por meio de títulos públicos. A medida injeta a partir do dia 13 de outubro R$ 6,3 bilhões na economia. A segunda medida reduz de 8% para 5% o recolhimento adicional de compulsórios sobre os depósitos à vista e a prazo feitos em espécie remunerados pela taxa Selic. A medida vai injetar, a partir do dia 10, R$ 16,9 bilhões. O BC informa ainda que não foi alterado o recolhimento compulsório adicional da poupança, que continua em 10%.

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