
Aqui no Brasil a fuga de capitais definiu mais um dia de quedas expressivas. A liquidação de fundos estrangeiros obrigados a desovar ativos mais arriscados para fazer frente a resgates levou o mercado acionário a trabalhar novamente em baixa.
Os mercados europeus também fecharam no vermelho. De modo geral, os mercados de ações ainda operam na expectativa da apreciação do plano contra a crise na Câmara dos Representantes dos EUA, mas muitos analistas em Wall Street observam que o "efeito pacote" pode já ter sido absorvido e que o prolongado período em que ficou em discussão já diluiu seu potencial de impacto positivo. O pacote deve ser votado até amanhã pelos deputados. Para a aprovação de ontem, além dos US$ 700 bilhões que serão usados principalmente para a compra de títulos podres dos bancos, os senadores acrescentaram ao programa US$ 152 bilhões em isenções tributárias.
No mercado de câmbio, o destaque hoje foi a queda forte do euro frente ao dólar e iene. A divisa européia reagiu mal aos comentários de Trichet, de que o risco inflacionário diminuiu na zona do euro, um sinal de que algum tipo de afrouxamento monetário estaria por vir. Trichet veio a público após a decisão da autoridade monetária de manter em 4,25% a taxa de juros da região.
Analistas do banco de investimentos Merrill Lynch reduziram sua previsão para o preço médio do petróleo no ano que vem, de US$ 107 para US$ 90 o barril, citando a perspectiva de queda da demanda em um ambiente econômico fraco. Eles alertaram também que, se a recessão se espalhar pelo mundo, um cenário que ainda consideram "improvável", o petróleo pode cair para até US$ 50 o barril.
O Ibovespa fechou com baixa de 7,34% a 46.145 pontos com volume financeiro de R$5,58 bilhões. No mercado americano, o índice Dow Jones caiu 3,22%, aos 10.482,85 pontos; o S&P-500 -4,03%, aos 1.114,28 pontos; e o Nasdaq - 4,48%, aos 1.976,72 pontos.
A agenda financeira nos EUA foi tumultuada. O número de solicitações de auxílio desemprego aumentou 1 mil na semana encerrada em 27 de setembro, para 497 mil pedidos - o nível mais alto desde 29 de setembro de 2001. Economistas esperavam queda de 18 mil. E o dado não veio sozinho: as encomendas à indústria norte-americana caíram 4% em agosto - acima do esperado e a maior variação negativa desde outubro de 2006, quando recuou 4,8%. Esses dados caracterizaram que a economia americana esta indo por água abaixo e o payroll (nº de vagas criadas) que será divulgado amanhã não deverá apresentar números positivos.
O mercado financeiro estará de olho na agenda financeira amanhã e na votação para a aprovação do pacote do governo americano que deverá acontecer apartir das 13:30 hs, horário de Brasília.
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